domingo, 17 de maio de 2009

Desabafo: Ética x Miséria

Hoje não falo das cores da Bangalô Brasil. Minha alma amanheceu cinza. Arraial estava sem sol e fomos caminhar na praia. Moleque, sempre simpático, arranjou logo um amigo vira-lata e estava se esbaldando até o amigo enjoar de brincar e dar rumo ao caminho daquilo que ele julga ser sua casa. Como sempre quer mais, Moleque insistiu na brincadeira e foi atrás do novo amigo. Adorando a liberdade, sumiu das nossas vistas. Jomar saiu correndo e gritando por ele. Eu peguei o carro e procurei pelas ruelas de Arraial. Nada! O tempo passava e entardecia. Juntos Jomar e eu fomos, depois de uma dica de um pescador, parar numa construção abandonada transformada num misto de favela e baias de cavalos magros carrapentos, e carroças velhas. Moleque estava lá, preso e acuado em uma baia imunda no fundo do terreno, à espera que o carro de som da cidade anunciasse uma recompensa, retrato da miséria humana e de uma sociedade mercantilista que perdeu virtudes como generosidade e ética.

Um comentário:

Nelida Capela disse...

Generosidade e ética. O mundo está carente dessas virtudes. Mas não podemos desanimar de carregar a esperança cega de que podemos mudar o mundo. Para melhor. Não nos deixemos cair na tentação alheia e estragar a beleza da vida. Eu, sempre positiva, acredito nos budas interiores. Falta apenas despertá-los.Veja post amanhã, sobre o estado de Buda, no Olhar Nômade.Beijo e cuidem do moleque!